domingo, 22 de abril de 2012

Alegoria da Caverna


   

   Estava hoje aqui no computador quando um amigo me perguntou se eu já conhecia a história da Alegoria da Caverna, também chamado de Mito da Caverna. Como não conhecia, ele me passou um dos vários links que falam sobre ele. Depois de lê-o resolvi postar aqui para o conhecimento daqueles que seguem meu blog pois é de um profundo conhecimento e, descreve-nos de uma forma esplêndida.

   Apresento-lhes então o Mito ou Alegoria da Caverna




   Escrito pelo filósofo grego Platão no livro VII da obra intitulada "A República" o Mito da Caverna é uma alusão à nossa condição de escuridão mediante o mundo a nossa volta, mostrando-nos que a busca pelo conhecimento passa antes pela aceitação de nossa deficiência.

   Na história, Sócrates narra o mito ao jovem Glauco, para mostrar-lhe como podemos adquirir o verdadeiro conhecimento.



     "Imaginemos, diz Sócrates, uma caverna subterrânea separada do mundo externo por um alto muro. Entre este e o chão da caverna há uma fresta por onde passa alguma luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa.
     Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali estão acorrentados, sem poder mover a cabeça na direção da entrada, nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do Sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros, pois não podem mover a cabeça nem o corpo, e sem se ver a si mesmos porque estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna.
     Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres, animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam."

     Nesse ponto, Glauco diz a Sócrates que o quadro descrito por ele lhe parece algo estranho, incomum e inusitado. Sócrates, porém, diz-lhe que os prisioneiros "são semelhantes a nós". E prossegue. 


     "Os prisioneiros se comunicam, dando nomes às coisas que julgam ver (sem vêlas realmente, pois estão na obscuridade) e imaginam que o que escutam, e que não sabem que são sons vindos de fora, são as vozes das próprias sombras e não vozes dos seres reais. Qual é, pois, a situação dessas pessoas aprisionadas?
     Tomam sombras por realidade, tanto as sombras das coisas e dos homens exteriores como as sombras dos artefatos fabricados por eles. Essa confusão, porém, não tem como causa a natureza dos prisioneiros e sim as condições adversas em que se encontram."


     Por isso Sócrates indaga: "que aconteceria se fossem libertados dessa condição de miséria e, retornando à sua natureza, pudessem ver as coisas e ser curados de sua ignorância?".
     Essa pergunta é um tanto grave. De fato, para os prisioneiros, o único mundo real é a caverna, portanto, a obscuridade na qual não podem se ver nem ver os outros não é percebida como tal e sim experimentada como realidade verdadeira. E a caverna é para eles todo o mundo real, pois não sabem que o que vêem na parede do fundo são sombras de um outro mundo, exterior à caverna, uma vez que não podem virar a cabeça para ver que há algo lá fora e que é de lá de fora que outros homens lhes enviam imagens e sons.
Ora, se para os prisioneiros o mundo real é a caverna, como poderiam sair da ilusão se não sabem que vivem nela?
     Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De início, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando as durezas de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a ação da luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Incredulidade porque está obrigado a decidir onde se encontra a realidade: no que vê agora ou nas sombras em que sempre viveu. Deslumbramento (literalmente: ferido pela luz) porque seus olhos não conseguem ver com nitidez as coisas iluminadas. Seu primeiro impulso é retornar à caverna para livrar-se da dor e do espanto.
     Embora esteja reconquistando sua verdadeira natureza, o sofrimento que essa reconquista lhe traz é tão grande que se sente atraído pela escuridão, que lhe parece mais acolhedora. Além disso, precisa aprender a ver e esse aprendizado é doloroso, fazendo-o desejar a caverna, onde tudo lhe é familiar e conhecido.
     O prisioneiro libertado sofre e se lamenta de dores no corpo; a luz do Sol o cega; ele se sente arrancado, puxado para fora por uma força incompreensível.
     Sentindo-se sem disposição para regressar à caverna por causa da rudeza do caminho, o prisioneiro permanece no exterior. Aos poucos, habitua-se à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de finalmente ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as suas forças para jamais regressar a ela. No entanto, não pode evitar lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
     Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era ingrato e a luz, ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que se habituar à luz. De volta à caverna, o prisioneiro fica cego novamente, mas, agora, por ausência de luz. Ali dentro, é desajeitado, inábil, não sabe mover-se entre as sombras nem falar de modo compreensível para os outros, não sendo acreditado por eles. Torna-se objeto de zombaria e riso, e correrá o risco de ser morto pelos que jamais se disporão a abandonar a caverna."


      Impossível aqui não identificar a figura de Sócrates e de tantos outros que se aventuram em busca de conhecimentos e que tentam, em sua volta mostrar aos outros as quebras de barreiras e de conceitos extirpados mas, quando retorna, é morto pelos homens das sombras.


     A caverna, explica Sócrates a Glauco, é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricados de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética (aqui eu mudaria para o conhecimento). O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo (quem busca o conhecimento). A luz que ele vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico (o ensinar), e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões nem se mover com engenho no interior das aparências e ilusões.


     Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação.
     Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em si mesma a capacidade para ver.







     Um, dos exemplos mais atuais da interpretação do Mito da Caverna foi o roteiro do filme Matrix. José Saramago também fez uso do mito em sua obra A Caverna.


Fonte: Wikipéida - Mito da Caverna 
Para saber mais
   - CHAUÍ, MarilenaConvite à Filosofia. São Paulo, Editora Ática, 2003;
   -  SPINELLI, Miguel. Questões Fundamentais da Filosofia Grega. São Paulo. Loyola, 2006.

sábado, 21 de abril de 2012

Explosões Solares

    Esta semana a Agência Espacial Norte Americana, a NASA, divulgou imagens e vídeo de uma grande explosão solar. Embora não tenha sido a maior do ano, as imagens são impressionantes.



Fonte: BBC - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/04/120418_sol_rp.shtml

domingo, 8 de abril de 2012

Novo recorde de energia no LHC

Nesta madrugada de quarta para quinta os cientistas do Large Hadron Collier (LHC) declararam que atingiram a energia de 4TeV para os feixes de elétrons, isto significa que a próxima colisão se dará a uma energia de 8 TeV.



     Para se ter uma ideia, na fissão de um átomo de urânio (U-235) é liberado 200 MeV, ou seja 0,2 TeV. Deste modo, as colisões do LHC passam a se dar em ma energia 40 vezes maior que a energia da fissão de um átomo de U-235.

     A intenção é de que o LHC possa, em 2014, ser preparado para atingir a energia de 13 TeV.

     Mas porque aumentar a energia das colisões? A ideia é simples. Imagine duas pedras chocando-se frontalmente. Quanto maior a  velocidade do choque, em mais pedaços as pedras irão se quebrar. Como a energia depende da velocidade, aumentar a velocidade significa aumentar a energia.
     Com os elétron a ideia é a mesma. Quanto maior a energia de colisão, maior serão as chances de se obter mais sub-partículas na colisão e, assim, encontrar partículas até hoje não encontradas, como os Bósons de Higgs.

Leia mais:

Fonte - LHC bate novo recorde de energia