quarta-feira, 10 de junho de 2009

Betelgeuse está encolhendo


     A supergigante vermelha Betelgeuse, na constelação de Órion, é um das estrelas mais brilhantes no céu sobre a Terra e tem um diâmetro estimado em mais de 900 vezes o do Sol. É tão imponente que se estivesse no centro do Sistema Solar se estenderia além da órbita de Júpiter.
     Pelo menos era assim. Era, porque de acordo com um novo estudo feito na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, Betelgeuse está encolhendo. E muito rapidamente, tendo perdido 15% do tamanho nos últimos 15 anos.
     “Ver essa mudança é algo perturbador. Estaremos vigiando a estrela cuidadosamente nos próximos anos para verificar se ela continuará a contrair ou se aumentará de tamanho novamente”, disse Charles Townes, um dos autores da pesquisa, cujos resultados foram publicados no The Astrophysical Journal Letters.
     Apesar da diminuição em tamanho, os pesquisadores apontam que a luz visível, ou magnitude, que é monitorada regularmente, não apresentou queda significativa no mesmo período. Apesar de Townes e seu aluno de graduação, Ken Tatebe, terem observado há alguns anos um ponto brilhante e inusitado na superfície de Betelgeuse, a estrela continua sendo vista como uma esfera simétrica.
     “Não sabemos por que a estrela está encolhendo. Considerando tudo o que sabemos sobre galáxias e o Universo distante, há ainda muitas coisas sobre as estrelas que simplesmente não conhecemos. Uma delas é o que acontece quando as gigantes vermelhas se aproximam do fim de suas vidas”, disse Edward Wishnow, outro autor do estudo.
     Alguns cientistas estimam que Betelgeuse poderá explodir e se tornar uma supernova em alguns milhares de anos. A explosão seria um espetáculo de dimensões tão grandes que a luz resultante seria mais brilhante do que a da Lua no céu noturno sobre a Terra.

Fonte: Agência FAPESP - 10/6/2009

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