A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é sempre um assunto instigante nas aulas. O estudo físico do uso, construção, operação e impactos ambientais das usinas hidrelétrica nos mostra que, muito ao contrário do que dizem os interessados, as hidrelétricas são altamente poluidoras. O grande problema é que construções faraônicas satisfazem as grandes construtoras que, infelizmente, tem grande poder político em nosso país.
Mas obviamente existem algumas vantagens na construção de Belo Monte, mesmo que elas sejam, a meu ver, bem poucas.
Conhecer tudo o que está por trás desta usina, seus pontos positivos e seus pontos negativos é um dever de todo brasileiro e em muito contribui para a nossa formação.
Você acha que Belo Monte será boa para o Brasil? Há ou não vantagens reais em sua construção? Ela é realmente necessária? Antes de ficar aí pensando e tentando responder a estas perguntas, informe-se. Leia os textos de referência abaixo e tire suas próprias conclusões.
Um comentário:
CONAMAs REGIONAIS - ENTENDA A PROPOSTA
É inegável que o Conselho Nacional do Meio Ambiente – criado há mais de três décadas - precisa de uma reformulação voltada a sua adequação a atual realidade ambiental do Brasil.
Hoje, com mais de 100 conselheiros, pode ser comparado (por força de expressão) a um “Maracanã Ambiental” que lotado dificulta muita as vezes o processo das deliberações.
Por exemplo, muitas das decisões são tomadas segundo uma visão centralizada – a partir dos olhos de Brasília – mas que poderiam ser melhor deliberadas se o fossem diretamente nas regiões (Biomas) onde os problemas ocorrem e, sobretudo, pelas pessoas / entidades que (efetivamente) vivem o problema. Ou seja, por exemplo, conselheiros das Regiões Sul e Sudeste do Brasil deliberando sobre assuntos ligadas a Caatinga.
Deste modo, é inadiável que se promova uma AMPLIAÇÃO das atividades do CONAMA, ou seja, um processo de REESTRUTURAÇÃO que possa assegurar mais eficácia ao CONAMA, sem retirar dele a importância que tem no cenário ambiental nacional.
A proposta é a da criação dos CONAMAS REGIONAIS POR BIOMAS onde os temas específicos de cada Bioma
possam ser levados a discussão nas regiões onde ocorrem, envolvendo quem conhece a problemática regional.
Um Bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange grande áreas contínuas, em escala regional. Que apresenta flora e fauna similares, definida pelas condições físicas predominantes nas regiões. Esses aspectos climáticos, geográficos e litológicos (das rochas), por exemplo, fazem com que uma Bioma seja dotado de uma diversidade biológica singular e própria. No Brasil, por ordem decrescente de tamanho, os Biomas existentes são: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e o Pantanal
Ao CONAMA caberia manter as discussões e deliberações dos macro temas ambientais (que envolvem dois ou mais Biomas), enquanto aos CONAMAS REGIONAIS caberia, para cada Bioma, o debate e deliberação de temas ligados a tais regiões específicas.
A criação dos CONAMAS REGIONAIS levaria a seus plenários entidades hoje fora do CONAMA (produto da superlotação) que estariam ligadas a região específica para a qual se pretende uma intervenção ambiental. Um espaço significativo para entidades ambientalistas locais e regionais que dariam uma grande dinamização dos trabalhos.
Não é novidade a criação de Conselhos Regionais no Brasil; o Estado do Espírito Santo já descentralizou seu Conselho Estadual de Meio Ambiente há mais de 10 anos e, alguns anos depois, de forma própria, o Estado de Mina Gerais evoluiu no memso sentido.
Portanto, a proposta de criação dos CONAMAS REGIONAIS não é uma novidade a ser testada; é uma experiência muito bem vivenciada que poderá ser adequada ao CONAMA.
Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.
Conselheiro do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado do Espírito Santo / CONSEMA – ES
Coordenador do Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental e Social / NEPAS
roosevelt@ebrnet.com.br
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